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Garimpeiros atacam policiais federais no Amazonas

Garimpeiros atacaram agentes da Polícia Federal após uma operação que destruiu dragas usadas em atividades ilegais em Humaitá, no interior do Amazonas. Incidente é mais um capítulo de uma das questões mais sensíveis na Amazônia nos últimos 8 anos

Garimpeiros atacaram agentes da Polícia Federal após uma operação que destruiu dragas usadas em atividades ilegais em Humaitá, no interior do Amazonas. O incidente aconteceu na tarde desta quarta-feira (21/08/2024), quando policiais militares foram acionados para controlar a retaliação de garimpeiros.

O confronto iniciou por volta de 14h30, quando os agentes foram atacados enquanto tentavam atracar embarcações em um porto da cidade. Depois, os garimpeiros tentaram invadir o prédio da Prefeitura de Humaitá, o que causou o início do embate com a Polícia Militar com rojões.

Os agentes da Polícia Federal, com o apoio do Ibama e da Funai, estão conduzindo a Operação Prensa, para combater o garimpo ilegal no sul do Amazonas. As ações que iniciaram na última terça-feira (20/08/2024), estão previstas para continuar por pelo menos mais 10 dias. Mais informações serão divulgadas em breve.

A situação do garimpo na região vem se mostrando um grave problema de segurança pública nos últimos anos. A área de garimpo de ouro na Amazônia cresceu mais de 90% em oito anos, segundo o estudo elaborado pelo Instituto Escolhas. O levantamento mostra que a área passou de 79,2 mil hectares, em 2013, para 151,7 mil hectares em 2021.

O relatório Abrindo o livro caixa do garimpo atribui esse crescimento a uma série de facilidades legais estabelecidas ao longo dos anos, com destaque para a Lei nº 12.844 de 2013. Segundo o estudo, a norma “eximiu as empresas compradoras de ouro [metal que responde por quase toda a atividade garimpeira do país] da responsabilidade sobre sua origem legal, delas exigindo apenas que guardassem formulários em papel, preenchidos à mão, nos quais os vendedores declaravam a origem do ouro sem qualquer necessidade de comprovação”.

Mas nos últimos oito anos, a situação chegou a níveis alarmantes. Levantamento do IPAM mostra que o ápice da invasão de terras indígenas amazônicas pelo garimpo ocorreu durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. A maior parte (78%) da área invadida por garimpeiros em terras indígenas surgiu nesse período.


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