Engrenagens

Sindicato de Servidores denuncia precarização do MPAM

Sindicato dos Servidores denuncia que Ministério Público do Amazonas utiliza servidores municipais cedidos para trabalhar nas Promotorias de Justiça do interior, o que compromete seriamente as investigações contra prefeituras

O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) deixou de dotar as Promotorias de Justiça do interior com servidores efetivos do órgão para alocar funcionários municipais cedidos pelas próprias Prefeituras. Foi o que constatou levantamento realizado pelo Sindicato dos Servidores do órgão (SINDSEMP-AM). O estudo tomou por base a planilha de “Servidores Cedidos” do mês de fevereiro de 2024 do Portal da Transparência.

De acordo com a análise realizada, o MPAM é o líder entre os MPs da região norte no quesito “servidores cedidos”, com 152. Destes, 116 estão nas Promotorias do Interior, 21 no Centro de Apoio Operacional de Inteligência, Investigação e Combate ao Crime Organizado – CAO-CRIMO, 5 no Programa Recomeçar, 3 no Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição – NUPA, 2 na Assessoria de Comunicação, 1no Consultório Médico, 3 no Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional – CEAF e 1 no Impacta Lab – ACAO.

De acordo com o Presidente do SINDSEMP-AM, Marlon Bernardo, diferentemente de outras Instituições do Sistema de Justiça Estadual, como o TJAM e a DPE-AM, o MPAM não realiza concurso público para os municípios do interior e supre sua carência de pessoal com servidores oriundos das próprias Prefeituras que são fiscalizadas.

Outro fator que chama a atenção é a ausência de correlação dos cargos e atribuições destes servidores com as tarefas realizadas nas Promotorias de Justiça, o que pode suscitar questionamentos quanto ao desvio de função. Marlon destaca que o MP possui servidores cedidos com cargos de vigia, auxiliar de serviços gerais, monitor, agente de defesa ambiental, gari, agente escolar e até guarda municipal.

“Observamos também um número considerável de auxiliares e assistentes administrativos, mesmo o órgão tendo o cargo efetivo de Agente de Apoio – Administrativo no seu quadro permanente. A medida correta para a Instituição é a substituição destes servidores municipais nas Promotorias do interior pelos aprovados no concurso público para o cargo de nível médio”, afirma o sindicalista.

A formação de um quadro paralelo com profissionais de vínculos não efetivos constitui um dos principais sintomas da precarização do serviço público. O SINDSEMP-AM aponta que esta condição pode comprometer gravemente os serviços prestados à população do interior, além do risco considerável das investigações contra as Prefeituras serem comprometidas em razão da utilização de servidores municipais nas Promotorias.


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