Amazonas

Amazonas e Manaus nas últimas posições do saneamento básico do país

No Amazonas, 937.536 (86,82%) domicílios particulares permanentes ocupados têm água canalizada. Mesmo assim, o Estado aparece apenas na 23ª posição nacional nesse indicador. Isso porque o problema é que esse percentual é concentrado em Manaus, que alcançou 97,05%. Ainda assim, a capital ocupa apenas a 21ª posição nacional entre as demais

A proporção de domicílios com acesso à rede de coleta de esgoto no Brasil chegou a 62,5% em 2022, registrando aumento em relação a 2000 (44,4%) e 2010 (52,8%). O Amazonas e Manaus, no entanto, ocupam algumas das piores colocações do país nesse quesito. É o que mostra o “Censo 2022: Características dos domicílios – Resultados do universo”, divulgado nesta sexta-feira (23/02/2024) pelo IBGE.

Dados do Censo Demográfico 2022 revelam que as duas soluções de esgotamento sanitário mais comuns no Brasil eram por “Rede geral ou pluvial” (58,3%) e “Fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede” (13,2%), solução individual não ligada à rede, mas considerada adequada pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB). “Fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede” representou 4,2%. Por outro lado, 49,0 milhões de pessoas (24,3%) ainda usavam recursos precários de esgotamento sanitário.

No Amazonas, 937.536 (86,82%) domicílios particulares permanentes ocupados têm água canalizada. Mesmo assim, o Estado aparece apenas na 23ª posição nacional nesse indicador. Isso porque o problema é que esse percentual é concentrado em Manaus, que alcançou 97,05%. Ainda assim, a capital ocupa apenas a 21ª posição nacional entre as demais.

Entre os 62 municípios amazonenses, 31 possuem menos de 70% de seus domicílios com a água canalizada. Os municípios São Gabriel da Cachoeira, São Paulo de Olivença, Tonantins, Atalaia do Norte, Maraã e Santa Isabel do Rio Negro não alcançaram nem ao menos 50% de cobertura de água encanada nas casas dos moradores.

A falta de infraestrutura de esgotamento sanitário tem se agravado consideravelmente entre os municípios do interior do Amazonas, revela o Censo. Segundo dados alarmantes, 51 municípios da região apresentam uma conexão de menos de 10% de seus domicílios à rede geral ou pluvial.

Para contornar essa situação crítica, muitos municípios têm recorrido à utilização de fossas sépticas ou fossas filtro não ligadas à rede. No entanto, a eficácia dessa alternativa é limitada, já que 36 municípios do Estado ainda têm menos de 10% de seus domicílios atendidos por essa modalidade. A situação é ainda mais preocupante em relação às fossas rudimentares ou buracos, com um alarmante número de 44 municípios contando com mais de 50% de seus domicílios utilizando esse tipo de esgotamento sanitário.

Esses dados evidenciam uma crise de infraestrutura básica que afeta diretamente a qualidade de vida e a saúde pública dessas comunidades do interior do Amazonas. A falta de acesso a um saneamento adequado representa um grave problema de saúde pública e exige ações urgentes por parte das autoridades competentes para garantir condições mínimas de higiene e qualidade de vida para a população afetada.

Abastecimento

No Amazonas 66% dos domicílios particulares permanentes ocupados (713.550) possuem ligação à rede geral e a utilizam como forma principal de abastecimento. Nesse item, o Estado ocupa a 23ª posição no ranking entre as Unidades da Federação. Entre as capitais, Manaus ficou na 21ª posição (76,2%).

No interior do estado, 25,8% dos domicílios ocupados não possui ligação com a rede geral e utilizam outras formas de abastecimento. Dessas, a principal é o poço profundo ou artesiano. Um total de 157.160 domicílios, recebem abastecimento de água dessa forma, o que corresponde a 14,5% dos domicílios do Estado. Em Manaus são 83.853 domicílios utilizando poço profundo ou artesiano (13,3%).

No Amazonas, o abastecimento de água via rede geral, evoluiu muito pouco entre os dois últimos Censos, passando de 64,5%, em 2010, para 66,0% ,em 2022. Em Manaus, o percentual de domicílios, ligados à rede geral, manteve-se praticamente estável com 75,4%. Por outro lado, o abastecimento via poço, no Estado, passou de 12,8% (2010), para 14,5% (em 2022).

Entre os municípios amazonenses, a situação do abastecimento d’água é mais grave. No item “não possui ligação com a rede geral”, 19 municípios do Estado possuem mais de 50% de seus domicílios nessa condição. As piores situações estão em Pauini, Tonantins, Santo Antônio do Iça, Envira e Lábrea. Já Parintins, Urucará, Manaus, São Sebastião do Uatumã e Itapiranga, estão em melhores condição.


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