Amazônia Amazonas

WWA: mudanças climáticas causaram seca no Amazonas em 2023

Os pesquisadores avaliaram até que ponto o El Niño foi um impulsionador desta tendência. E concluíram que embora ele tenha reduzido a quantidade de chuvas na região, a forte tendência de seca deveu-se quase inteiramente ao aumento das temperaturas globais

Em estudo divulgado nesta quarta-feira (24/01/2024), cientistas da World Weather Attribution (WWA) afirmam que as maiores responsáveis pela seca recorde de 2023 na Bacia do Rio Amazonas são as mudanças climáticas do planeta, não o fenômeno El Niño. A estiagem recorde causou uma série de impactos na região, sendo a mais severa em 40 anos. É importante ressaltar que o estudo ainda não foi revisado por pares.

Cientistas do Brasil, Holanda, Reino Unido e EUA utilizaram métodos publicados e revisados ​​por pares para avaliar se e em que medida a seca foi influenciada pelas mudanças climáticas, bem como pela ocorrência do El Niño, que é conhecido por estar associado à seca na Amazônia. Embora a seca tenha começado mais cedo no oeste da bacia, toda a bacia esteve numa seca grave ou excepcional durante a segunda metade do ano.

Os pesquisadores avaliaram até que ponto o El Niño foi um impulsionador desta tendência. E concluíram que embora ele tenha reduzido a quantidade de chuvas na região, a forte tendência de seca deveu-se quase inteiramente ao aumento das temperaturas globais. Foram utilizados dois parâmetros: a seca meteorológica, que considera a baixa precipitação, e a seca agrícola, que também leva em conta a evapotranspiração (evaporação da água das plantas e do solo impulsionada pelas altas temperaturas) e que reflete melhor os impactos humanos da seca.

Os níveis dos rios estão nos níveis mais baixos dos últimos 120 anos, ameaçando os estimados 30 milhões de pessoas que vivem na bacia amazônica em vários países, incluindo Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador e Bolívia, ao interromper o transporte, isolar comunidades e matar a vida selvagem.

Ainda segundo a análise, as populações altamente vulneráveis ​​foram desproporcionalmente afectadas pela seca. Os pequenos agricultores e as comunidades indígenas, rurais e ribeirinhas de toda a região estavam entre os mais vulneráveis ​​devido às elevadas taxas de pobreza e à sua elevada dependência da produção agrícola de alimentos, da disponibilidade de água doce e da importação de bens através dos rios. Isso foi inclusive pauta do último episódio do Provocativo da temporada de 2023.


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