Sai primeira condenação pelo colapso do oxigênio em Manaus

A Justiça Federal condenou a União, o estado do Amazonas e o município de Manaus a pagarem R$ 1,4 milhão à família de uma mulher que morreu no Hospital Platão Araújo, na Zona Leste da capital, durante crise de oxigênio ocorrida durante a segunda onda da pandemia da Covid-19, entre janeiro e março de 2021.

A decisão foi da juíza Jaiza Pinto Fraxe, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Procurados pelo Vocativo, nem a prefeitura de Manaus, nem o governo do Amazonas ou o governo federal se manifestaram até o momento sobre a decisão, a qual vale lembrar que ainda cabe recurso.

No dia 14 de janeiro de 2021, Manaus viveu provavelmente o dia mais sombrio da sua história. Devido ao número exponencial de casos de Covid-19, cerca de 30 pessoas (o número não é exato) acometidos pela doença morreram por asfixia mecânica em hospitais da capital do Amazonas porque o fornecimento de oxigênio da rede não deu conta do atendimento e entrou em colapso.

Ainda não há uma linha de investigação por autoridades do estado a respeito da tragédia, mas para tentar entender o que aconteceu, o Vocativo reuniu aqui as principais informações que conseguiu apurar no período. Até hoje, não há qualquer linha investigativa no Ministério Público do Estado (MPAM) ou na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

O maior número de mortes foi registrado no SPA e Policlínica Dr. José Lins, com sete óbitos. Outras sete pessoas morreram no SPA e policlínica dr. Danilo Corrêa. Três mortes aconteceram no SPA Alvorada. O Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) registrou 4 mortes de pacientes internados. E na Fundação de Medicina Tropical foram 3 mortes.