Amazonas tem segunda menor frequência escolar do país

No último ano, o Amazonas registrou a segunda menor frequência escolar para crianças de 0 a 3 anos de idade no Brasil, com índice de 15,5%. Essa constatação é resultado da Síntese de Indicadores Sociais de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que revelou uma redução do interesse em inserir os mais jovens na Educação Infantil em todo o país.

O Amazonas ficou apenas atrás do Amapá, que apresentou uma taxa ainda mais alarmante de 9,2%. A pesquisa apontou que, a nível nacional, a taxa de escolarização para essa faixa etária foi de 36%, totalizando aproximadamente 4,1 milhões de estudantes frequentando creches.

Analisando as grandes regiões brasileiras, observou-se que a região Norte foi a mais afetada, com uma queda de 19,1% na frequência escolar de crianças de 0 a 3 anos na Educação Infantil. A Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Sudeste seguiram com percentuais de redução de 30,4%, 32,2%, 41,7%, e 43,1%, respectivamente.

A pesquisa ainda evidenciou que, à medida que avança a faixa etária, a queda na frequência escolar diminui. Entre as crianças de 4 a 5 anos, a redução foi de apenas 1,2% entre 2019 e 2022. Já no ensino fundamental, que compreende crianças de seis anos até adolescentes de 14 anos, a frequência escolar atingiu notáveis 99,4% no ano passado. O grupo que manteve uma trajetória de crescimento na participação em sala de aula foi o de adolescentes de 15 a 17 anos, alcançando uma frequência de 92% no ensino médio.

Ao analisar as maiores retrações na frequência escolar, a região Norte liderou em 2022, com 1.111.000 crianças fora da escola. As regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Norte apresentaram os maiores percentuais de afastamento da escola, por opção dos pais, com 60,4%, 57,7%, 56,3%, 52,9% e 50%, respectivamente. A nível nacional, essa justificativa atingiu 55,9%.

De 2019 a 2022, houve uma redução de 8,7 pontos percentuais na frequência escolar entre crianças de 4 a 5 anos de idade. A principal justificativa continuou sendo a opção dos pais (39,8%), seguida por dificuldades financeiras, carência de escolas, distância até o local de ensino e preocupações com a segurança no ambiente escolar (26,7%).

A pesquisa também destacou que as crianças de 4 a 5 anos de idade, nas áreas urbanas e pertencentes ao quinto populacional com os menores rendimentos domiciliares per capita, foram as mais afetadas pela redução da cobertura escolar no país.

Quando se trata da adequação idade-etapa, a pesquisa revelou atraso entre estudantes de 6 a 14 anos, com o Amazonas não cumprindo a meta 2 do Programa Nacional de Educação (PNE). O estado registrou um atraso de 2,2 pontos percentuais entre 2019 e 2022, enquanto Manaus apresentou um atraso de 1,6 ponto percentual.

Rede privada

A pesquisa SIS apontou também que, no ranking nacional, o Amazonas (18,8%) ficou na 16ª posição entre os estados com a maior quantidade de crianças na Educação Infantil matriculadas na rede privada de ensino. Em contrapartida, a capital, Manaus, destacou-se com um percentual de 35,8%. Os estados do Rio de Janeiro (42%) e Distrito Federal (39,4%) lideraram nesse aspecto, enquanto Acre (8,5%) e Roraima (10,4%) apresentaram os menores percentuais.

Nem estudam, nem trabalham

A pesquisa abordou ainda a situação dos jovens de 15 a 29 anos que não trabalham e nem estudam no Amazonas. Em 2022, esse número aumentou de 312 mil para 324 mil, representando 28% dos jovens nessa faixa etária. A Região Norte, liderada pelo Acre e Amapá (31%), ficou à frente do Amazonas nesse indicador.

Entre os jovens que só estudavam, o percentual foi de 26,9%, enquanto 34,7% estavam apenas trabalhando, destacando uma vulnerabilidade adicional para aqueles que não estavam ganhando experiência laboral ou qualificação.