Amazonas Energia nega apagão, mas confirma dívida bilionária

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira (29/11/2023), o presidente da Amazonas Energia, Márcio Pereira Zimmermann, negou qualquer possibilidade de interrupção no fornecimento de energia para o estado. Os boatos começaram em virtude da crise financeira que levou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a recomendar a caducidade do contrato de concessão da companhia.

O processo de venda da Amazonas Energia para a israelense Green Energy Soluções teria sido frustrado pela incapacidade do fundo em sanear a dívida da concessionária. Segundo Zimmermann, a Amazonas Energia herdou uma dívida de R$ 7 bilhões, que só foi descoberta após a sua privatização, ocorrida em dezembro de 2018. Inicialmente, acreditava-se que ela seria de R$ 2,1 bilhões, ou seja, uma diferença de quase R$ 5 bilhões. O presidente atribuiu o salto no valor ao que chamou de “erro de contabilidade”.

Zimmerman garantiu ainda que os boatos sobre desabastecimento ou apagão de energia, veiculados em uma rádio do Amazonas, são falsos. “Não entendemos de onde surgiu esse boato. O poder público tem todo o mecanismo para proteger o consumidor, que não vai ser afetado por isso”, garantiu.

As perdas oriundas de furtos de energia (também conhecidos como gatos) foram abordadas na coletiva como sendo uma das principais causas das dificuldades para se manter o equilíbrio entre a receita e a despesa. Zimmermann salientou que o montante que a empresa deixa de faturar pelo fornecimento de energia chega a mais de R$ 500 milhões ao ano. A concessionária não é a única que perde com a ação dos criminosos. O Governo do Estado, segundo o presidente, deixa de arrecadar por volta de R$ 400 milhões e os consumidores em geral do estado acabam tendo sobrecustos da ordem de 600 a 700 milhões.

Sobre as constantes quedas de energia no estado, o presidente da concessionária disse não concordar com as queixas da população. Segundo o executivo, a Amazonas Energia figura entre as melhores de um suposto ranking produzido pela Aneel de melhores serviços do país. O Vocativo procurou tal documento e não o encontrou até o momento.