Contexto

Últimos 12 meses foram os mais quentes de história, diz estudo

Em 170 países, 7,8 bilhões de pessoas - 99% da humanidade - foram expostas a um calor acima da média

O mundo atingiu um novo recorde de temperatura nos últimos 12 meses, ultrapassando a marca de 1,3ºC acima dos níveis pré-industriais entre novembro de 2022 e outubro de 2023. É o que afirma uma nova análise de dados internacionais divulgada nesta quinta-feira (09/11/2023) pela organização Climate Central. A partir dos dados coletados, a análise conclui que este se tornou o período de um ano mais quente já registrado na história.

O estudo de atribuição revela que, em 170 países, 7,8 bilhões de pessoas – 99% da humanidade – foram expostas a um calor acima da média. Somente a Islândia e o Lesoto registraram temperaturas mais frias do que o normal.

Durante o período, 5,7 bilhões de pessoas foram expostas a um mínimo de 30 dias de temperaturas acima da média, que se tornaram pelo menos três vezes mais prováveis pela influência da mudança climática. Essa exposição incluiu quase todos os residentes do Brasil, além de México, todas as nações do Caribe e da América Central, Japão, Itália, França, Espanha, Reino Unido, Indonésia, Filipinas, Vietnã, Bangladesh, Irã, Egito, Etiópia e Nigéria.

“Esse registro de 12 meses é exatamente o que esperamos de um clima global alimentado pela poluição por carbono”, diz Andrew Pershing, vice-presidente de ciência da Climate Central. “Os recordes continuarão a ser superados no próximo ano, expondo bilhões de pessoas a um calor incomum. Embora os impactos climáticos sejam mais graves nos países em desenvolvimento próximos ao Equador, o fato de vermos ondas de calor extremo provocadas pelo clima nos Estados Unidos, na Índia, no Japão e na Europa ressalta que ninguém está a salvo das mudanças climáticas.”

Durante o período analisado, mais de 500 milhões de pessoas em 200 cidades experimentaram ondas de calor extremo. A onda de calor intenso mais longa foi registrada em Houston (EUA), com duração de 22 dias consecutivos entre 31 de julho e 21 de agosto. Nova Orleans e duas cidades da Indonésia – Jacarta e Tangerang – vieram em seguida, com 17 dias consecutivos de calor extremo.

El Niño

De acordo com o relatório, o El Niño, juntamente com outros fatores, provavelmente teve influência no aumento das temperaturas nos últimos 12 meses, mas muito pequena em comparação com a influência das emissões de gases de efeito estufa causadas pelo homem.

Outro estudo, realizado pela World Weather Attribution (WWA) e divulgado em outubro, já havia indicado que as mudanças climáticas provocadas pela ação humana são a causa mais provável para explicar a onda de calor registrada no Brasil e em outros países da América Latina, entre agosto e setembro deste ano. Segundo este estudo, embora o El Niño possa ter tido alguma influência sobre as altas temperaturas, é pelo menos 100 vezes mais provável que a mudança climática tenha sido a principal causa do calor.


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