Dados de um levantamento do Observatório de Atenção Primária da associação filantrópica Umane mostram que as mortes por câncer de próstata aumentaram 51,85% nos últimos 14 anos no Amazonas. Os números tomaram com base dados do Ministério da Saúde que tem último levantamento feito em 2020. Preconceito e desinformação fazem com que uma doença tratável acabe tirando a vida de muitos homens.
Os dados de câncer de próstata no Amazonas são alarmantes. Segundo a Fundação Centro de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), foram diagnosticados 261 novos casos da doença no ano de 2019 e 160 em 2020. Já a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), ligado ao Ministério da Saúde, aponta 480 novos casos a cada ano do triênio 2020-2022.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, o problema é que muitos desses novos casos são rastreados quando a doença já está em fase avançada. Por isso, é recomendado que o rastreio de câncer de próstata se inicie a partir dos 45 anos para homens com fatores de risco, e aos 50 anos para homens sem fatores de risco. Quanto mais cedo é feito o diagnóstico, maiores são as chances de cura do paciente.
Há duas formas de diagnosticar a doença. O primeiro deles é o Antígeno Prostático Específico, conhecido como PSA, que é obtido em um exame de sangue comum. O outro é exame de toque retal. Como a maioria dos homens tem preconceito com esse exame, associado equivocadamente com a homossexualidade, opta apenas pelo exame de sangue. Mas aí há um problema.
Embora o PSA seja bastante eficiente pra diagnosticar a doença, ele possui algumas limitações. “Cerca de 10% a 20% de pacientes com câncer de próstata podem apresentar resultado de PSA normal. Portanto, o toque retal é muito importante. Ele é indolor e não tira a masculinidade de ninguém”, afirma o Dr. Giuseppe Figliuolo, médico urologista da FCecon.
Mas mesmo alguma alteração em algum desses exames não é motivo para pânico. “Se der algo, aí acende o sinal amarelo. Nesse caso vale fazer um exame mais sofisticado, como uma ressonância magnética da próstata ou uma biópsia”, explica Figliuolo. Mesmo em caso de câncer, também não é preciso se alarmar. “Sobretudo se a doença estiver na fase inicial. A cirurgia hoje é segura e cura o paciente, que volta a ter uma vida normal”, ensina o médico.
No Brasil, as consultas médicas são realizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), nas quais o médico solicita o exame de sangue PSA. E a consulta urológica, bem como o exame de toque retal, são agendados pelo Sistema de Regulação e realizados em unidades de saúde especializadas.
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