Amazônia

População de rua no centro de Manaus aumentou 208% em 2022

Levantamento feito pelo Vocativo com dados da Secretaria da Mulher, Assistência Social e Cidadania da prefeitura de Manaus, mostra que a a chamada População em Situação de Rua só no centro da cidade cresceu nada menos que 208% de 2021 para 2022

A cidade de Manaus foi uma das mais castigadas pela Covid-19 desde o início da pandemia do coronavírus, em março de 2020. Mas não foi apenas no campo da saúde pública que a população da capital do Amazonas sofreu. Levantamento feito pelo Vocativo junto à Secretaria da Mulher, Assistência Social e Cidadania (SEMASC) da prefeitura, mostra que a a chamada População em Situação de Rua (PSR) na região central do município cresceu nada menos que 93% no primeiro ano da crise de saúde pública. Em 2021, o aumento foi ainda maior: 208%.

Pra se ter uma ideia, em 2018, a população de rua no centro era de 354. No ano seguinte, ele caiu para 275. Mas, em 2020, com a pandemia, ele subiu para 532, aumento de 93%. Em 2021, com a melhora da economia com a retomada após o isolamento houve nova queda para 151. Mas o fim das restrições e o estado de emergência da pandemia não melhorou a situação. Em apenas 5 meses de 2022, nova subida vertiginosa: o n466, o que representa aumento de 208%.

E o pior: isso são apenas números oficiais. A situação em toda a região metropolitana deve ser ainda pior. Isso porque segundo a própria SEMASC, essa estatística reflete apenas a População em Situação de Rua atentida pelo serviço público, o que explica essa variação de ano para ano. Segundo o órgão, apenas a realização do Censo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) poderia dar um quadro mais nítido da situação.

De acordo com a SEMASC, a diferença entre os anos 2020 e 2021 ilustra a situação de dispersão da população em situação de rua para outros espaços públicos. Ou seja, eles deixaram de se concentrar no centro e começaram a ocupar outros espaços. Isso também significa que esse aumento pode ser de mais pessoas em situação de rua e o agravamento da crise.

Após adiamento por dois anos, a coleta do Censo Demográfico 2022 será realizada de junho a agosto de 2022, quando os recenseadores do IBGE visitarão cerca de 78 milhões de domicílios no país. O levantamento chegou a ser cancelado pelo governo federal, que alegou falta de verba.

Vale lembrar que o valor necessário para o Censo era de R$ 2 bilhões, pouco se comparado ao que vem sendo pago pelo chamado Orçamento Secreto do governo Bolsonaro. Coincidentemente ou não, os resultados não serão apresentados antes do fim das eleições deste ano, onde os possíveis resultados negativos poderiam refletir na popularidade da atual administração.


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