O vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que informações obtidas com quebras de sigilos motivaram o pedido de acareação entre o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, e o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). O requerimento para a acareação, aprovado na tarde desta quarta-feira (11/08/21), é de autoria do próprio Randolfe.
O deputado Luís Miranda denunciou um suposto caso de corrupção, envolvendo o governo federal, na tentativa de compra da vacina Covaxin. Em entrevista coletiva no final do mês de junho, o ministro Onyx, na época na Secretaria-Geral da Presidência, negou existir irregularidades na negociação e disse que o documento apontado pelo deputado era falso.
A acareação está prevista para a próxima quarta-feira (18) , mas a data ainda não está confirmada. Segundo Randolfe, os novos elementos, somados aos que a Comissão já possuía, mostram que a acareação é urgente para esclarecer as denúncias no caso da Covaxin.
Para o relator da Comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), a acareação do ministro Onyx com o deputado Luís Miranda se justifica por conta das divergências nas versões em relação à utilização de um documento, supostamente falso, na operação comercial do Ministério da Saúde com a Precisa Medicamentos, representante no Brasil da Bharat Biotech, produtora da Covaxin.
Renan apontou que a investigação da CPI é complexa e disse que os senadores buscam fazer tudo dentro dos limites do estado democrático de direito. Segundo o relator, a aprovação da acareação foi rápida “porque era necessário”. Ele acrescentou que a comprovação da existência do gabinete paralelo, da tese da imunidade de rebanho e das ações do governo no atraso da compra das vacinas são conquistas do trabalho da Comissão.
Indiciamento
Para integrantes da CPI da Pandemia, já existem elementos para o indiciamento do Presidente da República, Jair Bolsonaro. O vice-presidente da Comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que Bolsonaro poderá ser enquadrado por homicídio qualificado e por “causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos”, conforme previsto no Código Penal. Ele fez questão de destacar, no entanto, que se trata de uma opinião pessoal e não de um texto para o relatório final da CPI.
Depoimento desta quinta
A CPI da Pandemia ouve nesta quinta-feira (12/08/21), a partir das 9h30, o líder do Governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), suspeito de ser o mentor por trás das supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin.
O nome dele teria sido mencionado pelo presidente Jair Bolsonaro, segundo apontou o deputado Luis Miranda (DEM-DF) em depoimento à CPI no final de junho. Aos senadores, Miranda disse que o presidente Bolsonaro tinha a desconfiança da atuação do deputado em torno das pressões no Ministério da Saúde em favor da vacina da empresa indiana Bharat Biotech.
Senadores também buscarão esclarecer a relação de Barros com Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, que teria intermediado a venda de vacinas da Covaxin para o Ministério da Saúde. Maximiano é sócio de outra empresa, a Global Gestão em Saúde, que intermediou contrato suspeito com o Ministério da Saúde, quando Barros chefiava a pasta. Barros foi ministro entre 2016 e 2018, durante o governo Michel Temer.
Com informações da Agência Senado
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