Contexto

Tentativa de Bolsonaro de intimidar o Congresso e o STF vira motivo de piada

Numa clara tentativa de intimidar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) e pressionar a aprovação do chamado voto impresso, tanques e veíclos táticos desfilaram pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na manhã desta terça-feira (10/08/21). Na rampa do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro e os comandantes militares estavam posicionados para que o comboio de blindados passasse diante deles. Mas ao que tudo indica, a tentativa terá efeito oposto.

Nas redes sociais, o estado de conservação dos tanques virou motivo de piada. Internautas subiram a tag #LucianoHuck no Twitter e ressaltaram que o aparato militar do Exército deveria ir para o programa “Lata Velha”, apresentado pelo global, que recupera veículos usados e corroídos pelo tempo. 

No Congresso, houve reação. O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado (CDH), Humberto Costa (PT-PE), manifestou repúdio ao desfile. Além de Humberto Costa, vários senadores criticaram a iniciativa de Bolsonaro. Alessandro Vieira (Cidadania-SE) anunciou que entrará com uma ação popular para tentar impedir o gasto de recursos públicos com o desfile.

O desfile também foi assunto na reunião da CPI da Pandemia no Senado. O senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou que não foi a primeira vez que o presidente Jair Bolsonaro tentou intimidar o Congresso Nacional. Mas, segundo ele, a estratégia não tem dado certo, pois os senadores não vão se intimidar e nem recuar.

O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM) abriu a reunião de hoje lendo uma nota oficial em que condena o desfile de blindados realizado na Esplanada dos Ministérios. O parlamentar disse que o Brasil passa por um momento grave e o presidente comandou uma lamentável ação para intimidar parlamentares e opositores. Conforme a nota, Jair Bolsonaro tentou demonstrar força, mas evidenciou a fraqueza de um presidente acuado e acusado de corrupção. 

Enquanto isso, na Câmara, a votação da PEC do Voto Impresso (Proposta de Emenda à Constituição 135/19) está marcada para as 15 horas, horário de Brasília. O texto foi rejeitado pela comissão especial na última sexta-feira (06/08/21), por 22 votos a 11, mas os pareceres das comissões especiais de PECs não são terminativos.

O presidente Arthur Lira (PP-AL) chegou a afirmar que a votação poderia ser adiada por causa de uma manifestação militar. Lira disse que é uma “trágica coincidência” a manifestação ocorrer no mesmo dia em que a Câmara pautou a PEC do Voto Impresso e que, em razão disso, vai consultar os líderes partidários sobre a possibilidade de adiar a votação.


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